O grande teste ao populismo de direita

A chegada ao poder de Trump na maior potência será também um teste que poderá minar a sua credibilidade aos olhos de quem confiou num programa cuja aplicabilidade é, no mínimo, duvidável.

Por estes dias, a Europa está, acima de tudo, preocupada com o potencial de desestabilização internacional de uma administração Trump. É natural que assim seja, tendo em conta que a vertente externa é a que mais afecta directamente os europeus e que o discurso do candidato Trump não augura nada de bom em relação ao Presidente Trump. A possibilidade de um retrocesso dos EUA no quadro da NATO poderá expor as debilidades da União Europeia em matéria de defesa, precisamente num dos momentos mais críticos do processo da integração europeu.

No entanto, os norte-americanos que votaram no candidato republicano não estavam extraordinariamente preocupados com a política europeia nem com os novos rumos na relação com a Federação Russa. Ao que tudo indica, segundo alguns estudos de opinião e em linha com o próprio êxito de Trump em estados tradicionalmente democratas, a eleição foi ganha pelo seu discurso simplista acerca dos problemas económicos que os EUA enfrentam no actual contexto global. Michael Moore, conhecido pela sua militância “liberal” radical – no sentido norte-americano do termo –, foi das poucas figuras públicas que alertou para os riscos de uma campanha eleitoral em que Trump ficou sozinho a falar para os que mais perderam com a globalização.

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Donald Trump, Photo by Gage Skidmore / CC BY-SA 2.0

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Filipe Vasconcelos Romão

Associate Researcher at CEI-IUL. PhD in IR (Univ. Coimbra). Advanced Studies Diploma in International Politics and Conflict Resolution (Univ. Coimbra). Guest Professor at ISCTE-IUL. Professor at UAL. President of the Portugal - South Atlantic Commerce Chamber.

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