This Week in the News (November 4, 2016)

XXV Cimeira Ibero-americana na Colômbia

Entre os dias 28 e 29 de Outubro desenvolveu-se a XXV Cimeira Ibero-americana, realizada em Cartagena das Índias, Colômbia. Foi um dos encontros mais politizados dos últimos anos devido à complexa conjuntura política da região, que nos últimos meses viveu um impeachment no Brasil, um referendo pelo processo de paz no país organizador e uma crise na Venezuela.

Um dos pontos de maior destaque foi a ausência do Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que tinha anunciado que estaria presente no evento. A Ministra dos Negócios Estrangeiros, Delcy Rodríguez, foi encarregada de representar o país Caribenho.

O Presidente do Equador, Rafael Correa, expressou a sua “rejeição categórica” dos “golpes brandos,” que na sua opinião sofreram os ex-Presidentes do Brasil Dilma Rousseff e Luis Inácio “Lula” da Silva, e da Argentina, Cristina Fernández.

Apesar do resultado negativo no referendo, o processo de paz na Colômbia foi considerado um sucesso e um exemplo para a região.

Nas conclusões da Cimeira, o pedido de Espanha pelos territórios de Gibraltar foi apoiado. Os 22 países membros reafirmaram a necessidade de “acabar com a situação colonial”.

Pela primeira vez na sua história, a Cimeira de Cartagena não permitiu, de início, o acesso público aos discursos dos Chefes de Estado. Ante as queixas e a perplexidade geral, num contexto onde a retórica pela transparência e o acesso a informação é contínua, finalmente modificou-se a decisão inicial. Após a abertura do evento, realizada pela Secretária Geral, Rebeca Grynspan, e pelo Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o sinal de televisão para que os jornalistas presentes pudessem seguir os discursos dos presidentes foi abruptamente cortado. Uma hora depois, a organização modificou a sua decisão original de não permitir o acesso público as intervenções.

Venezuela: um diálogo de interesse regional

O ambiente político latino-americano vive com interesse o processo de diálogo que governo e oposição começaram na Venezuela, após o encontro entre o Presidente Nicolás Maduro e o Papa Francisco, e a posterior libertação de cinco presos políticos.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos restantes países do Mercosul manifestaram o seu apoio ao processo e mostraram-se de acordo com o acompanhamento do Vaticano e dos ex-Presidentes José Luís Rodriguez Zapatero (Espanha) e Leonel Fernández (República Dominicana).

Por seu lado, os Estados Unidos expressaram esperança de que o processo desencadeie mudanças significativas no cenário político da Venezuela.

No plano nacional, enquanto o oficialismo vê o diálogo como caminho para o bem-estar e a prosperidade do país, Henrique Capriles, duas vezes candidato à presidência, considerou que a única solução válida para gerar diálogo é o desenvolvimento de novas eleições.

No entanto, muitos cidadãos estão cépticos sobre o futuro das conversações e alguns analistas, como Peter Hakim, advertiram que o diálogo tem poucas possibilidades de ser útil.

100 Dias na Presidência

O Presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, chega esta semana aos primeiros 100 dias de mandato. As avaliações sobre os primeiros meses de administração são variadas. Embora o líder peruano perca imagem positiva e seja alvo de diversas críticas, segundo o discurso oficial, a gestão está a cumprir o plano de governo.

 

CC BY-NC-SA 4.0 This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Marcelo Moriconi

Research Associate at CEI-IUL. Ph.D in Political Sciences (Universidade de Salamanca). Degree in Social Communication (Universidad Nacional de La Plata). Research interests: Corruption, Portuguese politics, Violence, Citizen Security, Public Administration, Political Theory, Latin American Affairs.

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