A Angola herdada por JLo: Uma falta de patriotismo?

O investigador do CEI-IUL, Miguel Ajú, publicou uma crónica sobre a atuação do Presidente Angolano João Lourenço no jornal Folha 8 de Angola.

“Tal como vários observadores nacionais e internacionais, tenho acompanhado, com alguma atenção, a actuação do Presidente João Lourenço (JLO) desde que assumiu a presidência de Angola há quase dois anos. Quando era mais novo e sob a tutela dos padres no Seminário Maior de São Paulo, Uíge, aprendi que ter sentido patriótico era servir acima de tudo os interesses da nação e a vontade da maioria. Ou seja, os interesses do povo. Foi com este espírito, que alimentava a vocação de ser padre para um dia servir o povo que me seria confiado como sacerdote.

Tendo feito outra escolha, hoje trabalho no âmbito humanitário em prol da paz e segurança, em zonas de conflito e pós-conflito com vista a restituir a dignidade humana muitas vezes perdida devido a ganância e falta de patriotismo de muitos líderes políticos nos países onde ocorrem os conflitos armados. É precisamente a ganância e essa falta de patriotismo que me levou a reflectir sobre a Angola que o Presidente JLO herdou, não somente da anterior governação mas também um pouco da nossa tumultuosa história e trajectória política desde a independência até agora. A meu haver, o destino de Angola seria completamente diferente e talvez melhor se os dirigentes políticos tivessem tido a coragem e vontade de pautarem pelo patriotismo no verdadeiro sentido da palavra.

E explico o porque desta minha convicção. Primeiro, a única vez que votei na minha vida foi em 1992 e tinha votado pela UNITA. Não porque eu tivesse alguma afiliação ou particular simpatia pelo partido do Galo Negro, aliás eu estava no Seminário, logo sem qualquer ligação política; votei pela UNITA porque o Dr. Jonas Malheiro Savimbi ao que aparentava, tinha ideais Africanistas e tinha uma agenda própria para Angola; assim como defendia a dignidade do Angolano acima de tudo. Como é óbvio, ignorava o resto das suas políticas em termos de governação, democracia e respeito pelas liberdades fundamentais dos cidadãos, salvo a experiência que tivemos durante os anos de ocupação da província do Uíge que à mim, me revelaram alguns sinais do que seria uma governação do país pela UNITA.”

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João Lourenço / foto de Jérémy Barande / CC BY-SA 2.0

CC BY-NC-SA 4.0 This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Miguel Mbiavanga Ajú

Researcher at CEI-IUL. PhD candidate in Political Science and International Relations (ISCTE-IUL). Administrative officer at the United Nations Organisation.

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