Um oceano, muitos desafios

Ao reproduzir a imagem do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, com a água até aos joelhos, a revista “Time” reconheceu não só a premência do tema, mas também a relevância da ação de uma sociedade informada e alertada para os riscos que corre. Mas bastará alertar ou precisaremos de práticas de educação ambiental massivas, incluindo a educação para o usufruto do mar?

Correu mundo e ficou famosa a capa da revista “Time” em que o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres é fotografado no Tuvalu, com a água até aos joelhos. É conhecido o empenho de António Guterres sobre as questões climáticas e, também, a sua determinação em contribuir para que o oceano seja um ecossistema mais equilibrado. É interessante verificarmos como a fotografia se tornou viral, tanto nas redes sociais como nos vários meios de comunicação social que repetiram a imagem da capa.

Esta repetição e a contextualização da imagem resultaram numa repetição da mensagem que o Secretário-Geral da ONU quis passar. O Tuvalu é um país em desenvolvimento, dependente do turismo e de outros recursos marítimos. Tal como outros na mesma região, encontra-se na rota da subida do nível das águas. Corre, tal como outros, o perigo de desaparecer, pelo menos na forma como hoje é conhecido.

A expressão dramática de António Guterres confere à imagem o poder de demonstrar a perversidade das escolhas de crescimento e desenvolvimento atuais e os seus efeitos nefastos. Contudo, na maioria dos casos, os primeiros países a serem afetados pelas consequências da utilização em excesso dos recursos naturais, não são aqueles que mais contribuíram para a, agora denominada, urgência ambiental.

A questão da poluição marítima, trazida a lume devido ao impacto visual dos plásticos acumulados no mar, produziu o efeito de as populações em geral terem percebido a fragilidade destes ecossistemas e a forma como rapidamente são afetadas pelas suas consequências. Aí a subida do nível do mar, a degradação da produtividade das pescas ou a sobrecarga ambiental passam a ser entendidas de outra forma.

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As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.

Photo by Brian Yurasits on Unsplash

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Cátia Miriam Costa

Researcher at CEI-IUL. PhD in Literature (Univ. Évora). Master in African Studies (ISCSP-UTL). Undergraduate studies in International Relations (ISCSP-UTL). Research interests: intercultural relations, colonial and post-colonial studies, international communicaion, discourse analysis. Work experience: Think tanks and Economic and scientific diplomacy.

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