This Week in the News (May 19, 2017)
Novo assassinato e ataque a jornalistas no México
A notícia da semana no continente foi o assassinato do jornalista mexicano Javier Valdez, um conhecido cronista sobre tráfico de droga. Valdez, 50 anos, foi morto a tiro, em plena luz do dia em Culiacán, capital do Estado de Sinaloa, uma das áreas mais violentas do país.
Em 2011, o Comité para a Proteção dos Jornalistas agraciou-o pelo seu desempenho com o Prémio Internacional da Liberdade de Imprensa. Valdez é o autor de vários livros que descrevem a cultura e a vida do narcotráfico: Miss Narco, Órfãos do Narco ou Malayerba. Tinha fundado o semanário Ríodoce e era correspondente do jornal La Jornada.
No decorrer de 2017, seis jornalistas foram mortos no México, embora não haja nenhum suspeito preso pelos crimes cometidos. Em 2016, houve 11 assassinatos. Desde 2000, uma centena de jornalistas morreram violentamente no país, que é considerado um dos mais perigosos do mundo para o desenvolvimento desta profissão.
Enquanto isso, num período de 48 horas, sete jornalistas foram detidos por criminosos no estado de Guerrero. Entretanto, pouco depois do assassinato de Valdez, um novo ataque estremeceu o país: Sonia Córdova, vice-directora comercial do jornal El Costeño, publicado no Estado de Jalisco, foi vítima de um ataque enquanto viajava de carro com a sua família. O seu filho de 26 anos morreu e Córdova foi ferida, tendo sido levada para o hospital. O marido de Córdoba é proprietário de um meio de comunicação e a família já tinha sido alvo de violência organizada.
O enigma venezuelano continua e radicaliza-se
Enquanto o sentimento e o relato de que Venezuela se tornou numa ditadura se expande um pouco por todo o mundo, os sectores que ainda continuam a defender o chavismo mantêm o seu discurso de auto-defesa. Nele, as críticas ao governo de Maduro são entendidas como uma tentativa de golpe promovido pelos Estados Unidos e pelo seu aliado institucional: a Organização de Estados Americanos (OEA). Entretanto, a falta de alimentos e de medicamentos é denunciada pelos chavistas como consequência de boicotes políticos e comerciais por parte de sectores da oposição e inimigos internos e externos, uma conjuntura similar ao que sofreu Salvador Allende no Chile durante o seu mandato presidencial.
Perante esta crítica situação e a continuidade dos protestos contra o Governo, o Presidente Maduro prorrogou o estado de excepção, vigente desde Janeiro de 2016. Esta é a sétima vez que o Governo prorroga a medida que, segundo o Diário Oficial, permite que o primeiro mandatário restrinja “garantias” constitucionais e estabeleça medidas especiais de “ordem social, económica, política e jurídica”. Nesta conjuntura, Maduro pode “desenhar e executar planos especiais de segurança pública para enfrentar as acções desestabilizadoras contra a paz da Nação, de segurança pessoal e de defesa das instalações e bens públicos e privados”.
Só entre Abril e Maio, 42 pessoas morreram nos confrontos de rua. O conflito venezuelano transcendeu fronteiras. Nas últimas semanas, vários funcionários chavistas que trabalham fora do país sofreram manifestações populares. Perante esta situação, Maduro considerou que os verdadeiros venezuelanos são “os novos judeus do século XXI”, numa alusão às perseguições levadas a cabo por Hitler. Segundo o Presidente, não levam a “estrela amarela de David ” mas “o coração vermelho de vontade de lutar e brigar pela dignidade humana” e por isso vão “derrotar os nazis do século XXI” que geram um aumento da violência “fascista” contra seguidores e familiares de funcionários governamentais.
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