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A situação política na Gâmbia e em Angola

Em entrevista à DW África, o investigador do CEI-IUL, Eugénio Costa Almeida comenta a situação política na Gâmbia e em Angola:

DW África: Na Gâmbia, a derrota do Presidente Yahya Jammeh, e em particular o reconhecimento da derrota, surpreendeu-o?

Eugénio Almeida (EA): Sim, dada a exigência da governação e o facto de ele ser claramente um autocrata, ou seja, um ditador bastante forte no país.

DW África: Na Gâmbia, o que se diz é que o povo estava cansado e, de facto, a oposição venceu. O Presidente Jammeh estava há 22 anos no poder; em Angola, José Eduardo dos Santos está há 37. A situação é diferente em Angola ?

EA: É completamente diferente. O ex-Presidente gambiano tinha uma áurea de um pouco “kibanda”, como dizemos em Angola, um pouco brusco. Recordemos que ele tinha dito que tinha inventado hipóteses de cura da SIDA, etc. etc. e, portanto, isso cansa as pessoas. Se elas forem bem “trabalhadas”, no sentido político da expressão, por um opositor, mais depressa o cansaço se torna evidente. Foi isso que provavelmente aconteceu na Gâmbia. Ora, em Angola a situação não é a mesma; a situação nem sequer é comparável. José Eduardo dos Santos está há 37 anos no poder. Inicialmente, sabemos que foi através da política de partido único. Mais tarde, depois de 1998, começou a chamada liberalização política [multipartidarismo] e [Eduardo dos Santos] tinha aura de sair vencedor de uma luta fraticida.

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Photo by Ricardo Stuckert/Agência Brasil,CC BY-SA 3.0

CC BY-NC-SA 4.0 This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Eugénio Costa Almeida

Researcher at CEI-IUL. Researcher at CINAMIL. PhD in Social Sciences, specialisation in IR and M.A. in IR (ISCSP-UTL). Currently: Post-Doc at Univ. Agostinho Neto (Luanda).