Afinal, o que está em causa nas eleições intercalares?
Quando os eleitores dos Estados Unidos forem chamados às urnas nesta terça-feira, 6 de novembro, vão estar em causa centenas de lugares eletivos, não apenas nas duas câmaras do Congresso, mas também na governação de diversos Estados e cidades. Mas, mais do que isso, as eleições intercalares irão ser o primeiro momento após as presidenciais de 2016 em que poderemos verdadeiramente medir o pulso ao eleitorado norte-americano. Todas as atenções se voltam para a figura do presidente Donald Trump, que tem participado ativamente na campanha empenhando-se em favor de muitos candidatos republicanos, e muitos comentadores e analistas consideram estas eleições intercalares como um verdadeiro referendo à presidência Trump.
É verdade que as eleições de dia 6 poderão ter uma leitura nacional, mas não poderemos pura e simplesmente somar os votos de um partido e de outro a nível nacional para efetuar essa leitura e projetar cenários para as presidenciais de 2020. É necessário ter em conta as especificidades do sistema político e constitucional norte-americano e compreender que as eleições para o Congresso são sobretudo um resultado de escolhas locais. Estas escolhas nem sempre são feitas a pensar em quem ocupa a Casa Branca, mas antes no desempenho e na popularidade dos candidatos pelos mais de quatrocentos círculos eleitorais que compõem a Câmara dos Representantes e também daqueles que representam os respetivos Estados no Senado. O mesmo se diga, por maioria de razão, das eleições para governadores dos diversos Estados. Isto significa que o sistema político e eleitoral marcadamente descentralizado que resulta da Constituição norte-americana não permite generalizar para o plano “presidencial” a soma de um conjunto de centenas de eleições locais e estaduais.
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Foto de Kārlis Dambrāns / CC BY 2.0
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