“América! América!”
Os EUA têm de olhar para os seus vizinhos. Já não com o olhar sobranceiro de quem representa e exporta os direitos humanos, mas como um par que tem as suas contradições internas, as suas vitórias e falhas.
O bulício com as eleições presidenciais dos Estados Unidos da América trouxe para a ordem do dia internacional o continente americano, ou pelo menos uma pequena parte dele. Apesar de ser o país com mais influência na Ordem Internacional, os EUA são apenas uma pequena fração da América. Contudo, é este país que delineia a agenda internacional nos países ocidentais e que ganhou o nome do próprio continente.
O título deste artigo não é mais do que a evocação do conto da autoria de Delmore Schwartz, publicado num volume que reúne oito contos do autor e um prefácio de Lou Reed, numa edição da Guerra e Paz, dada ao público português em junho deste ano, que foi intitulada com o nome de outro conto, Nos sonhos começam as responsabilidades. Schwartz centra a sua criação literária nos EUA, sobretudo, nas grandes urbes, gravitando as suas personagens nas cidades que nos são mais familiares.
A América que Schwartz nos descreve chega-nos hoje através da arte, seja do cinema, da literatura ou da música, mas há muito que desapareceu dos noticiários que reportam o quotidiano. É, já, um país repleto de contradições, em que o sonho americano que todos almejam e consideram possível, se torna conquista de alguns.
As personagens bem-sucedidas no seu percurso académico e intelectuais vigorosos da sua época desvanecem perante as dificuldades de afirmação imposta por uma sociedade que fundamenta o sucesso na capacidade profissional de ser bem remunerado e conseguir adaptar as suas capacidades a um valor de mercado. O autor trata não só a chegada dos imigrantes judeus, anterior à Segunda Guerra Mundial, sobretudo oriundos da Rússia e dos países circundantes, mas do percurso dos seus filhos, nascidos americanos.
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