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Atentados na Catalunha

A ameaça só pode ser combatida com recurso ao Estado de direito, a uma intensificação da coordenação entre as polícias e os serviços de informações dos Estados da União Europeia.

Os espanhóis voltaram, esta semana, a ser vítimas de um atentado terrorista depois de alguns anos de acalmia e de décadas de intenso esforço das autoridades para combater a ameaça. Espanha foi particularmente visada por este tipo de violência política nas últimas décadas, tendo sido alvo de grupos nacionalistas, marxistas, fascistas, islamistas radicais e até de terrorismo de Estado.

Primeiro, foi o nacionalismo radical da ETA que, entre o fim dos anos 60 e 2011, provocou quase 1.000 mortos e milhares de feridos. Durante a suposta transição “exemplar” (que só pode ser classificada como “exemplar” por comparação com a carnificina que representou a Guerra Civil), entre 1975 e 1982, os atentados levados a cabo por organizações de extrema-direita e de extrema-esquerda foram responsáveis por dezenas de vítimas mortais. Nos anos 80, surgiu o terrorismo de Estado, com os Grupos Anti-terroristas de Libertação – GAL (patrocinados pelo governo de Felipe González) a fazerem uso do mesmo tipo de violência que a ETA utilizava para combater a própria ETA. A 11 de Março de 2004, teve lugar o maior atentado da história espanhola, organizado por uma célula islamista radical. No momento em que o terrorismo nacionalista retrocedia, sem o sustento ideológico e financeiro das lógicas da Guerra Fria, emergia em força outro tipo de radicalismo e Espanha estava, naqueles anos, particularmente exposta à ameaça pela presença das suas tropas num Iraque ocupado por norte-americanos e britânicos.

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Filipe Vasconcelos Romão

Associate Researcher at CEI-IUL. PhD in IR (Univ. Coimbra). Advanced Studies Diploma in International Politics and Conflict Resolution (Univ. Coimbra). Guest Professor at ISCTE-IUL. Professor at UAL. President of the Portugal - South Atlantic Commerce Chamber.