Drama brasileiro
Lula da Silva acaba de ser condenado a nove anos de prisão por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Com esta sentença, a “Operação Lava Jato” entrou numa fase em que terá de dar provas de imparcialidade e de transversalidade da sua acção. Será necessário ir além de Lula da Silva, de figuras politicamente menores e de uma série de acordos de “delação premiada” que têm permitido aos empresários ser condenados a penas insignificantes (face aos crimes cometidos) para ficar comprovado que política e justiça não se estão a confundir nestes processos.
A “Operação Lava Jato” teve a enorme vantagem de começar a destapar os esquemas através dos quais o Brasil tem sido governado nas últimas décadas e a verdadeira causa do adiamento constante do país enquanto potência: a transversalidade e a penetração da corrupção numa classe política que constitui uma autêntica catástrofe para os brasileiros. No entanto, a instrumentalização política da “Lava Jato” e a sua interpretação à luz de uma clivagem política entre Lula ou Temer e os respectivos adversários só servirão para encobrir o comatoso estado em que se encontra o sistema político brasileiro.
O Brasil está a pouco mais de um ano de uma eleição presidencial directa e as manobras políticas estão a conduzir o país para que tudo fique na mesma. Esta semana, por exemplo, com muito menos repercussão mediática do que a condenação de Lula, a base parlamentar de Michel Temer conseguiu substituir a maioria dos deputados que poderiam votar contra o presidente na Comissão de Constituição e Justiça, inviabilizando a evolução do processo por corrupção passiva iniciado pelo procurador-geral da República.
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Lula da Silva. Photo by Luis Astudillo / CC BY-SA 2.0
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