Eleições Democráticas e a Revelação de Ésquilo
A democracia teve origem na Grécia antiga para eleger governantes, definir políticas e leis assim como para legitimar decisões dos governantes. Era uma votação a viva voz ou de braço no ar, realizava-se no espaço público e estava limitada aos cidadãos livres. Como o resultado era incerto, realizavam-se campanhas de promoção para obter o apoio maioritário a uma das opções.
Os primeiros testemunhos da prática democrática foram relatados por Ésquilo na tragédia As Suplicantes (423 a.C.) ao dramatizar o mito das Danaides. Nesta história, umas jovens exiladas suplicam a proteção ao rei da cidade-Estado de Argos para evitar casar à força. O soberano, que pode decidir sem consultar, deseja protegê-las, mas também tem consciência de que qualquer que seja a sua decisão pode afetar o destino da cidade que governa e por isso convoca o povo a votar e decidir. O governante realiza uma campanha para obter o apoio dos cidadãos e consegue que a consulta seja favorável a protegê-las e a defendê-las. O objetivo de proteger as jovens parece cumprir-se com a feliz votação, mas terá um final trágico porque, após um acordo secreto, estas jovens serão casadas com os seus perseguidores e, todas menos uma, assassinam os seus cônjuges no leito nupcial, para serem finalmente mortas pelo único sobrevivente.
A democracia atual é diferente da antiga. Todos os cidadãos têm direito ao voto, podem exercê-lo de maneira secreta e podem fazê-lo em diferentes modalidades. Como na Antiguidade, fazem-se campanhas eleitorais (ampliadas pelos meios de comunicação em massa e pelas redes sociais) e presume-se que o resultado é incerto até finalizar a contagem.
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Bust of Aeschylus, Photo by Carole Raddato / CC BY-SA 2.0
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