Pandemia e as crises nas relações transatlânticas
Numa das declarações de Donald Trump na fase inicial da pandemia, quando esta se parecia estar a generalizar pela Europa e pelos Estados Unidos, o presidente norte-americano responsabilizou os europeus pela sua introdução nos Estados Unidos. Anunciou também, de forma repentina e sem consulta prévia aos seus aliados europeus, o cancelamento de todas as viagens entre os Estados Unidos e a Europa. Esta decisão unilateral motivou de imediato a reação dos responsáveis europeus, com a Presidente da Comissão, Ursulavon der Leyen, a declarar que a pandemia de Covid-19 era uma crise global e deveria ser abordada como tal, isto é, através de cooperação internacional e não de ações unilaterais.
As relações transatlânticas ainda não recuperaram desta primeira ronda de hostilidades. Percorrendo aquilo que analistas internacionais, académicos e até políticos têm escrito nas últimas semanas sobre o impacto da pandemia nas relações transatlânticas, constata-se o tom pessimista e a abundância das metáforas clínicas para descrever a situação. Em ambos os lados do Atlântico podemos ler que as relações transatlânticas se encontravam já em “cuidados intensivos” antes da pandemia, mas tornaram-se agora ainda mais “tóxicas”, acabando por entrar num verdadeiro “coma” e tornando-se uma das primeiras “vítimas geopolíticas do vírus”.
Este texto representa uma síntese da intervenção do autor no webinar "Espaço Transatlântico em tempos de COVID-19", organizado pelo Centro de Estudos Internacionais do Iscte e pelo Instituto da Defesa Nacional, em parceria com o Diário de Notícias.
Leia o texto na íntegra no site do DN.
As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.
Donald Trump / foto de Gage Skidmore / CC BY-SA 2.0
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