A Tragédia Humana da Produção Tabaqueira no Brasil
Cortinas de fumo, silêncios ensurdecedores: A tragédia humana da produção tabaqueira no Rio Grande do Sul, Brasil e a acção do projecto Esperança/Cooesperança de Economia Social Solidária.
São muitos os laços que unem rotinas íntimas como o acender e tragar de um cigarro e a degradação de corpos e mentes alheias, demasiado distantes para serem vítimas passivas dos efeitos cancerígenos do consumo pessoal de tabaco. Laços esses que passam tantas vezes despercebidos, devido à saturação dos media com mensagens higienistas e moralistas sobre o tabagismo, que tantas vezes anestesiam a consciência para a exploração e sofrimento humanos resultantes das dinâmicas de produção dos objectos que alimentam esse hábito.
Entre Setembro e Novembro de 2016, fiz pesquisa de campo junto de cooperativas e associações de pequenos agricultores e artesãos que fazem parte do projecto Esperança/Cooesperança de Economia Social Solidária (http://www.esperancacooesperanca.org/), sediado na região central do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. No âmbito desta pesquisa, encontrei muito mais do que estava à espera. As implicações éticas daquilo com que me deparei exigem que a comunicação dos resultados ultrapasse o tema central da minha investigação e o público ao qual a mesma supostamente se dirige. O projecto Esperança/Cooesperança resulta da mobilização efectuada durante a década de 80, no âmbito das Comunidades Eclesiais de Base, com vista a promover a autodeterminação económica e capacidade de resposta política das classes populares às investidas das empresas transnacionais. O elemento propulsor deste projecto foi a degradação em larga escala das condições de vida dos pequenos produtores rurais da região, em resultado da acção das multinacionais tabaqueiras, para as quais região sul do Brasil é uma das suas principais fontes de matéria-prima a nível mundial. Entre os seus objectivos mais concretos incluem-se a promoção de alternativas de produção, através do apoio à formação de associações de produtores de agricultura biológica, pequena agro indústria e artesanato, para os camponeses que queiram abandonar o cultivo do tabaco.
Leia o artigo completo aqui.
Tobacco plants. Photo by Wisconsin Department of Natural Resources / CC BY-ND 2.0
This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.