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Um governo “à portuguesa?”

Se, em 2015, muitos pensámos que a formação de governo por António Costa era um desafio complexo, a constituição de um executivo, em Espanha, por Pedro Sánchez é uma tarefa hercúlea: governar com 84 deputados (num parlamento com 350) tendo chegado ao poder através de uma maioria formada exclusivamente para demitir Mariano Rajoy não será fácil. No entanto, os últimos anos têm sido muito ricos em surpresas na política espanhola e não é de excluir que Sánchez consiga o inesperado.

O PSOE assume o poder exclusivamente por responsabilidade do PP e de Mariano Rajoy. Os populares são hoje um partido desacreditado, fruto da corrupção que o corroeu e de uma gestão desastrosa do processo catalão. Curiosamente, o regresso à oposição poderá proporcionar a regeneração de uma formação com estruturas muito rígidas e nada dadas à auto-crítica. Caso Rajoy se tivesse mantido no governo até ao fim da legislatura, ninguém o contestaria a nível interno e tudo indica que chegaria ainda mais debilitado às eleições legislativas previstas para 2020.

Leia o artigo na íntegra no site do DN.

As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.
Mariano Rajoy / Photo by Partido Popular de Cantabria / CC BY-ND 2.0

CC BY-NC-SA 4.0 This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Filipe Vasconcelos Romão

Associate Researcher at CEI-IUL. PhD in IR (Univ. Coimbra). Advanced Studies Diploma in International Politics and Conflict Resolution (Univ. Coimbra). Guest Professor at ISCTE-IUL. Professor at UAL. President of the Portugal - South Atlantic Commerce Chamber.