25 JUN | A presença das religiões de matriz africana em Portugal: medo, tabu, invisibilidade

Mensalmente, o CEI-IUL associa-se à Casa Independente, à Associação Kazumba e ao Grupo EducAR na organização de encontros para debater a presença de religiões de matriz africana em Portugal.

Este primeiro encontro conta com a presença de Ralph Alpízar (Cuba/Espanha) e Papyto González (Cuba/Portugal),  praticantes cubanos, espanhóis e portugueses da chamada Regla Conga, ou Palo Monte, religião de matriz centro-africana extensamente praticada em toda a ilha de Cuba.

Os praticantes desta religião em Cuba irão partilhar o legado de uma religiosidade que evoca medo e preconceito, seja em Cuba, seja na diáspora. Com toda uma história de hierarquia construída desde meados do século XVIII, posteriormente reafirmada por políticos e, mais tarde ainda, por antropólogos, as heranças do universo centro-africano têm vindo a ser associadas a “baixeza”, “impureza”, ou “maldade”.

Este encontro prentende desconstruir, em partes, estes conceitos, refletindo criticamente acerca destas posições e convidando o público a dialogar com factos históricos e acontecimentos atuais de racismo religioso. Será exibido o documentário “Caboclos Nkisis – a territorialidade banto no Brasil e em Cuba” e no final teremos uma pequena apresentação musical com os religiosos cubanos.

Sobre os convidados

Ralph Alpízar é um cubano residente há muitos anos entre Portugal e Espanha. Jornalista e escritor de culturas afro-caribenhas de origem Bacongo, faz pesquisas por muitos países da África e da América. Iniciado no Palo Monte e na Santería cubana há mais de 44 anos.

Papyto Gonzalez é um cubano residente em Portugal há mais de 15 anos. Fisioterapeuta, músico, iniciado no Palo Monte e na Santería cubana.

Sobre os encontros

Nestes encontros discutiremos a presença das religiões de matriz africana em Portugal, refletindo sobre o chamado mundo “afro ibérico”. Uma vez por mês, teremos convidados que representam uma das inúmeras religiosidades aqui presentes e um académico para uma conversa com o público, logo após a apresentação de documentários pertinentes, abordando temas como intolerância, rituais, tabu, sacrifícios e estigmatização.

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