O rap “exótico” na Itália contemporânea: entre direitos negados e nova cidadania
O investigador do CEI-IUL, Luca Bussotti, publicou um artigo científico intitulado “O rap “exótico” na Itália contemporânea: entre direitos negados e nova cidadania” na revista Música Hodie.
A entrada tardia da cultura hip-hop e da música rap na Itália não impediu o surgimento deste género musical nos principais centros urbanos da península. Depois da Golden Age do rap italiano, nos anos 1990, e uma subsequente crise, no início da década de 2000, novos rappers emergiram. Entre eles, os ditos rappers “exóticos”, de língua e cultura italianas, mas de origens geralmente africanas ou asiáticas.
O artigo do investigador do CEI-IUL procura analisar a contribuição que, primeiro, os rappers da rede G2, e depois os rappers (e trappers) mais novos, como Laioung e Ghali, deram à cena hip-hop italiana. O estudo resulta de uma pesquisa com abordagem qualitativa, usando como principais técnicas de recolha das informações a análise do discurso aplicada às letras das composições de rap selecionadas, juntamente com entrevistas e declarações dos rappers “exóticos” presentes na esfera pública. Também foi utilizada uma escassa literatura especializada sobre o assunto, além do auxílio de material audiovisual e radiofónico.
Luca Bussotti conclui que os momentos marcantes do rap “exótico” italiano coincidem, em larga medida, com a história deste género musical na Itália, e cujo forte momento de afirmação coincide com a fundação e implementação da rede G2. Os artistas membros desta rede enaltecem, diferentemente daquilo que tinha acontecido com os rappers dos outros grandes países europeus, o lado da “italianidade”, rompendo com a geração “imigrada” dos pais e considerando-se italianos para todos os efeitos.
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