Artigo de Opinião | “Acabar com a guerra sem fim”
Outra guerra sem fim está prestes a terminar com a espetacular retirada das forças americanas do Afeganistão. A situação está a impedir os líderes americanos de declararem vitória, como o ex-presidente George W. Bush fez no caso do Iraque, antes de o Estado Islâmico começar realmente a matar toda a gente em todo o lado, no Iraque e na Síria.
A verdadeira história da retirada é muito simples. Os cidadãos americanos estão fartos das histórias sobre os seus soldados a defenderem o país nas remotas montanhas de Tora Bora. Já não funciona e toda a história teve de ter um fim. Os estrategas em Washington chegaram obviamente à conclusão de que o preço da retirada dos EUA é menor do que no caso de uma guerra prolongada. Esse é o ponto principal: todas as consequências desta decisão serão pagas pelos americanos, mas também pelos aliados afegãos e, no final, pelo povo daquele país.
A conclusão é simples. A liberdade e a democracia não podem ser conquistadas por forças externas, independentemente do seu poder. Têm de ser alcançadas pela população local e se ela não for capaz de o fazer, tudo tem de desmoronar a certa altura.
A base aérea mais conhecida dos Estados Unidos no Afeganistão, Bagram, perto de Cabul, foi abandonada durante a operação secreta até mesmo para os aliados americanos no país. Mesmo que seja compreensível, do ponto de vista da segurança, o motivo pelo qual essa operação foi realizada em sigilo, não deixa de ser simbólico que o centro mais importante da presença norte-americana nos últimos 20 anos tenha sido abandonado da forma como foi relatado. As forças afegãs assumiram o controlo da base com mais de 700 veículos e outros equipamentos, tentando desesperadamente assumir o controlo da base o mais rapidamente possível, para que esta voltasse a funcionar.
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