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This Week in the News (July 14, 2017)

Lula condenado a nove anos e meio de prisão

O ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, foi condenado a 9 anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No entanto, permanecerá livre até que a sentença seja confirmada em segunda instância.

O juíz Moro decidiu que Lula é culpado de receber propinas de cerca de US$ 1,2 milhão da construtora OAS. Os pagamentos teriam sido feitos em espécie e incluíam uma propriedade no balneário de Guarujá, em São Paulo; a reforma e decoração da casa, e o armazenamento das propriedades do ex-presidente desde que deixou a residência presidencial.

A condenação foi levada a cabo quando o ex-presidente expressou o desejo de voltar a competir nas próximas eleições, tendo mesmo surgido à frente nas sondagens. Se Lula for condenado em segunda instância, não terá possibilidade de se candidatar. Para o líder do Partido dos Trabalhadores (PT), que continua a assegurar a sua inocência, trata-se de um golpe contra um projecto de país.

Agora, espera-se uma resolução da situação do atual presidente Michel Temer, que também está indiciado por corrupção e poderá perder o seu cargo num futuro próximo.

Humala também em apuros

À condenação do Lula somou-se o pedido de prisão preventiva de um outro ex-presidente sul-americano: o peruano Ollanta Humala. O Humala e a sua esposa, Nadine Heredia, são acusados de lavagem de dinheiro e associação ilícita no marco da causa que investiga o pagamento de subornos pela empresa Odebrecht. A construtora brasileira também terá participado irregularmente no financiamento da campanha de Humala, em 2011.

O buraco negro

Duas pessoas foram mortas quando o carro no qual circulavam, na estrada que liga a Cidade do México a Cuernavaca, caiu num buraco de grande profundidade. Os dois tripulantes ficaram presos no buraco e nem as  autoridades da protecção civil nem forças de segurança puderam salvá-los.

De acordo com o relatório da Secretaria de Comunicações e Transportes (SCT), o colapso da estrada ocorreu devido à erosão provocada pela acumulação de água das fortes chuvas dos últimos dias.

A obra foi inaugurada em abril passado, apesar das críticas de vizinhos e peritos, que alertaram para a negligência com que a mesma foi feita. A construção foi feita de forma rápida mas acabou por ser bastante cara: o custo do trabalho foi o dobro do montante orçamentado (mais de 124 milhões de dólares, quando deveria ter custado 59 milhões).

Três meses após a sua inauguração, a obra submerge ao poder político mexicano numa nova crise.

Complicou-se a oposição venezuelana

O opositor venezuelano Leopoldo López deixou a prisão de Ramo Verde e, depois de uma nova decisão judicial justificada por alegados “problemas de saúde”, vai continuar a sua sentença em prisão domiciliária.

A decisão foi entendida de formas diferentes pelos vários setores. Enquanto para alguns se trata de uma vitória clara da oposição, demonstrando a fraqueza do governo de Nicolás Maduro, para outros é um movimento estratégico que visa refrescar os protestos sociais, mostrar abertura ao diálogo e polarizar a oposição que, num futuro próximo, poderá sofrer rivalidades internas entre López ou Capriles.

Paradoxalmente, a procuradora que enviou López para a prisão, Luisa Ortega Diaz, tornou-se num dos adversários mais fervorosos de Maduro, liderando um setor que, sem questionar a Revolução Bolivariana, considera que a figura do atual Presidente corrompe o legado de Hugo Chávez e coloca em perigo a sua continuidade.

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Marcelo Moriconi

Research Associate at CEI-IUL. Ph.D in Political Sciences (Universidade de Salamanca). Degree in Social Communication (Universidad Nacional de La Plata). Research interests: Corruption, Portuguese politics, Violence, Citizen Security, Public Administration, Political Theory, Latin American Affairs.