Prisão de cartoonista prova que ainda há detenções políticas na Guiné Equatorial
A detenção de um cartoonista na Guiné Equatorial, há mais de um mês e sem uma acusação formal, é mais uma prova de que no país continuam a existirem prisões políticas, declarou hoje uma especialista.
“É claramente uma prisão política. É uma demonstração de força do regime do Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, que continua a reprimir todas as vozes contrárias”, afirmou à Lusa Ana Lúcia Sá, investigadora do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa (CEI/ISCTE-IUL).
De acordo com a investigadora, “é uma prova de que continua a existir presos políticos na Guiné Equatorial, tal como em outros países que não são democráticos”.
O cartoonista equato-guineense Ramón Nsé Esono Ebalé foi preso a 16 de setembro e as autoridades da Guiné Equatorial ainda não apresentaram uma acusação formal contra o artista.
“Não tem a acusação formalizada, mas a investigação levada a cabo pelas autoridades seria, alegadamente, por branqueamento de capitais e falsificação”, sublinhou a investigadora, especialista em questões da Guiné Equatorial.
Segundo Ana Lúcia Sá, “essa suposta acusação é uma forma do regime tentar mostrar que está a prender uma pessoa sem motivos políticos, entretanto, a primeira pergunta que lhe fizeram depois de preso foi sobre o seu trabalho, sobre os seus ‘cartoons'”.
Leia a entrevista completa no site da RTP Notícias.
President Teodoro Obiang Nguema Mbasogo. Photo by Embassy of Equatorial Guinea / CC BY-ND 2.0
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