Difícil ‘virar de página’ nas relações União Europeia-África
Eugénio Almeida, investigador angolano do CEI-IUL, não acredita que algum dos constrangimentos existentes nas relações tenha sido resolvido nesta Cimeira, visto que um dos principais pontos de trabalho – a juventude – foi quase que todo substituído, em parte pela questão dos escravos na Líbia e em parte pela emigração africana para a Europa.
Almeida aponta que, para se investir de fato na juventude, é necessário que as seguintes questões deixem de ser problemas em e para a África: migração (interna e externa); pobreza; má-governação; negligência; e, principalmente, a má ou deficiente redistribuição da riqueza (quer por parte dos dirigentes africanos, quer pelos investidores estrangeiros em África). O que se viu na Cimeira foi, nesse sentido, uma reafirmação de discurso e a manutenção de tópicos há muito debatidos , sem resultado prático.
Almeida afirma ainda que o maior problema está na pouca redistribuição da Europa no desenvolvimento africano. “A matéria-prima africana continua a ser comprada – muitas vezes ou quase sempre – a preços inferiores aos que se verificam na Bolsa de Chicago de matérias-primas. O investimento europeu é quase todo em áreas de agricultura, mineração/petróleos e/ou de serviços que permitem o reenvio mais fácil de dividendos à origem (…). O fomento ou a manutenção de comissões absurdas e iníquas a dirigentes, alguns, líderes, africanos parece não os demover – continua a não permitir um claro desenvolvimento do continente e, com isso, manter a juventude no desenvolvimento dos nossos países devido à criação plena de emprego que não há.”, disse o investigador ao Africamonitor.net.
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From left to right: Mr Moussa Faki Mahamat, Chairperson of the African Union Commission; Mr Donald Tusk, President of the European Council; Mr Alpha Conde, President of the African Union; Mr Jean-Claude Juncker, President of the European Commission. Photo by European Union / Public domain
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