A democracia à espanhola
Se a Europa e a Espanha querem continuar na história, têm de pensar que os quadros políticos são dinâmicos. Fazer política é negociar.
Associa-se a democracia ao ato de votar. Considera-se que referendar questões importantes relativas a um país ou região é um dos deveres da democracia, o que espelha uma possibilidade de democracia direta que noutros casos não existe. E esta aceitação tem incluído o referendar questões como o direito à autodeterminação e independência.
Lembremos o caso de Timor Lorosae, que a nós portugueses tanto tocou, e da coragem do povo timorense a votar, mesmo sabendo que a Indonésia no dia seguinte os iria castigar. Claro que se trata de um caso extremo, resultante de uma invasão. Mas só quando a comunidade internacional pressionou, a Indonésia aceitou referendar a questão. E, claro, só os residentes em Timor votaram. Também aceitamos como expressão de democracia que os curdos referendem o direito a ter um território seu, seja no Iraque, ou fosse na Turquia.
A ligação da Catalunha a Espanha não resultou de uma invasão, mas de uma política de casamentos que, tal como chegou a acontecer com Portugal, uniu este país ao restante território espanhol. Quando Portugal no século XVII lutou pela independência, a Catalunha estava a fazer o mesmo, mas não logrou o seu objetivo. Contudo, as ambições nacionalistas catalãs subsistiram e foi com a ditadura franquista que estas se deixaram de expressar.
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Photo by Paco Rivière / CC BY-SA 2.0
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