África em tempos de COVID-19
A narrativa da cobertura noticiosa sobre o impacto da pandemia COVID-19 em África tem sofrido uma evolução assinalável.
No espaço de três meses, as piores previsões quanto a taxas de mortalidade, cobertura sanitária e falta de recursos deram lugar ao reconhecimento de resultados que suplantaram algumas das expetativas originais mais pessimistas. Com efeito, muito embora o primeiro caso de COVID-19 no continente africano tenha sido reportado a 14 de fevereiro – com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a alertar de imediato que a pandemia poderia vir a matar entre 83.000 e 190.000 pessoas em 47 países africanos só no primeiro ano – a verdade é que a média de casos registados por país tem se revelado até à data abaixo do inicialmente esperado.
O trabalho levado a cabo, quer pelo Centro para o Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (UA) em termos de coordenação dos vários esforços regionais e nacionais, quer por países como a África do Sul ou a Etiópia ao forçarem a discussão internacional sobre um possível perdão de dívida, são igualmente bastante assinaláveis. Ainda que a pandemia continue a grassar pelo continente sem um fim concreto à vista e com as limitações materiais conhecidas, termos como resiliência e capacidade de adaptação face à gravidade da ocasião passaram assim a fazer parte do léxico da imprensa internacional ao se falar de África.
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Este texto representa uma síntese da intervenção do autor no webinar "África em tempos de COVID-19", organizado pelo Centro de Estudos Internacionais do Iscte e pelo Instituto da Defesa Nacional, em parceria com o Diário de Notícias. As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.
Foto de Governor Tom Wolf / CC BY 2.0
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