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Como vêem as imprensas europeia e norte-americana a vitória de Emmanuel Macron?
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Como viram as imprensas europeia e norte-americana a vitória de Emmanuel Macron?

Desde Domingo que a Europa respira de alívio. Emmanuel Macron é o novo presidente de França, tendo derrotado a líder da Frente Nacional, Marine Le Pen, com uma percentagem de 66,10%. Ainda assim, a grande vencedora da noite foi a abstenção: mais de 25% dos quarenta e sete milhões de eleitores não votou. Trata-se do maior resultado obtido numa segunda volta de eleições presidenciais desde 1969. Os jornais europeus e norte-americanos viveram esta eleição com alguma apreensão e o resultado foi este:

PORTUGAL

António Costa escreveu no seu Twitter uma mensagem de apoio ao novo presidente francês, referindo que confia que há “em Emmanuel Macron um excelente parceiro, empenhado em prosseguir e aprofundar as nossas excelentes relações bilaterais”. Também Marcelo Rebelo de Sousa felicitou Macron, afirmando que a sua eleição “representa uma vitória para a França e para a Europa”. O jornal Público tem vários artigos dedicados ao tema: Diogo Queiroz de Andrade reflecte sobre o primeiro dia de uma nova Europa, depois das eleições francesas e antes das eleições alemãs, que necessita de ser “consertada”; José Pedro Teixeira Fernandes relembra a nova batalha que França vai ter de enfrentar no parlamento, sendo que o mesmo tema é abordado por Clara Barata, numa altura em que falta cerca de um mês para as eleições legislativas. O Jornal de Negócios destacou a valorização do Euro logo após os resultados finais (tendo acabado por ficar abaixo do dólar no final) e o Jornal I traçou o perfil de Macron. Tanto a RTP Notícias como o Observador escreveram sobre os desafios que se avizinham, não só para França mas para todos nós. No Expresso, Daniel Ribeiro destaca, em dois artigos, como a entrada de rompante de Emmanuel Macron só acabou em vitória por a alternativa ser Le Pen e que este tem apenas “cinco semanas para ganhar o país”; Pedro Lima sublinha que quase 11 milhões de pessoas votaram na líder da Frente Nacional e Clara Ferreira Alves relembra que se trata de “uma vitória da democracia e da sensatez, da racionalidade e da sensibilidade dos eleitores franceses”.

ESPANHA

Também o El País preparou vários artigos após a vitória de Emmanuel Macron, destacando a vontade de Angela Merkel em ajudar o recém-eleito presidente que trouxe esperança à Europa e o facto de Macron chegar ao Palácio do Eliseu perante uma França fracturada. Destaque ainda para a ascensão relâmpago do novo presidente – “de quase nada a tudo num ano” – e para o facto de Macron ter apenas ganho a Marine Le Pen, não significando que isso seja a sua “morte”. Já o El Mundo avança com os primeiros 100 dias do presidente francês, não esquecendo os protestos que começam a haver em Paris contra a sua eleição e que vitória de Macron representa um futuro pró-europeu para os mais jovens, ao contrário do Brexit.

FRANÇA

Segundo as capas dos principais jornais diários, a imprensa francesa recebeu o novo presidente de forma unânime: veja aqui as capas/editoriais dos jornais Libération, Le Figaro, Les Echos, Le Parisien, La Tribune, La Croix e L’ Humanité.

REINO UNIDO

O The Guardian guardou a sua capa para felicitar Macron ao mesmo tempo que relembra que a sua França está dividida. O editorial do mesmo jornal deseja boa sorte ao novo presidente garantindo que este vai precisar. Um artigo de opinião do The Independente salienta que Marine Le Pen fingiu que a sua derrota foi uma vitória ao salientar as percentagens obtidas pela Frente Nacional, enquanto o jornal Telegraph destaca que a vitória de Macron significa que a UE se poderá focar no Brexit. Já o The Times decidiu acompanhar o primeiro dia de Macron ainda com François Hollande no poder. O Financial Times tem três artigos que referem a divisão em França, a sua rápida e eficaz ascensão e o alívio político da Europa.

ALEMANHA

O Frankfurter Allgemeine preparou uma análise detalhada dos resultados eleitorais (pode ser vista aqui) e destaca os próximos testes da presidência Macron, no entanto o Die Tageszeitung caracteriza o novo presidente como a última esperança de França para evitar a Frente Nacional. A versão internacional do Spiegel tem apenas um artigo sobre a vitória de Emmanuel Macron referindo que o seu trabalho deve passar por restaurar a confiança dos franceses no seu país.

ITÁLIA & BÉLGICA

O jornal italiano La Republica tem um separador para as notícias e artigos referentes à vitória do jovem presidente, de onde se destacam o optimismo que representa a sua eleição e o flop que foi a ascensão da moeda única. Também o Corriere della Sera destaca Macron como alguém que desafiou o pessimismo francês (e europeu) e que depois, de meses atribulados na política europeia, a UE tem agora uma oportunidade de “respirar de alívio”, apesar do quebra-cabeças que vão ser as eleições legislativas de Junho. O belga Le Soir destaca a derrota de Le Pen nas grandes cidades (como Paris), as declarações da líder da Frente Nacional sobre a renovação do partido e o carisma de Macron que convenceu todas as faixas etárias.

ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

O The Wall Street Journal traçou o perfil do novo presidente francês, enquanto um artigo de opinião do The New York Times (para além do seu editorial) realça a escolha de Macron em discursar após o soar do hino da União Europeia. Também o The Washington Post optou por frisar que o centrista Emmanuel Macron terá de mostrar trabalho em pouco tempo. O Miami Herald fez um apanhado dos simbolismos inerentes ao primeiro dia de Macron após a vitória das eleições presidenciais. Do Foreign Policy destaque para dois artigos: o primeiro sobre o desespero francês que levou Macron ao Eliseu; e o segundo sobre o desabar da Frente Nacional tendo em conta os resultados de Marine Le Pen.

Será Emmanuel Macron a esperança de uma Europa reunida após o Brexit? O afastar (temporário?) do populismo com os olhos postos num futuro de cooperação e diálogo? Como refere Filipe Nobre Faria, “a vitória de Macron mostra que o atual modelo político ocidental em vigor tem mecanismos de defesa contra partidos populistas de direita que desafiem as suas linhas ideológicas”. Resta-nos respirar novamente. Pelo menos por mais um mês, quando decorrerão as eleições legislativas francesas. Depois disso, a luta contra o populismo segue para a Alemanha.

Emmanuel Macron. Photo by Lorie Shaull / CC BY-SA 2.0

CC BY-NC-SA 4.0 This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.

Mónica Canário

Research Assistant at CEI-IUL. Ph.D. Candidate in Political Science, specialisation in International Relations (ISCTE-IUL).