O Dilema da Direita Francesa
A eleição de um presidente sem uma base parlamentar coincidente alargada poderia constituir uma oportunidade e criar espaços efectivos de contenção da extrema-direita.
Até há poucas semanas, era dada como adquirida a vitória, nas presidenciais francesas deste ano, de qualquer candidato que representasse a direita tradicional (gaullismo). A eleição de François Fillon em primárias consolidou essa ideia, sobretudo em função da eventual capacidade de o seu conservadorismo captar algum eleitorado de extrema-direita. Porém, em linha com os atípicos tempos que vivemos, o inesperado abateu-se sobre aquele que era já considerado presidente antes de o ser: um amplo conjunto de revelações jornalísticas sobre contratações de familiares pelo próprio Fillon (no exercício de cargos públicos) poderá ter comprometido definitivamente as suas ambições presidenciais.
No momento em que estas linhas são escritas, ainda não é claro que Fillon não acabe por ser pressionado pelo próprio partido a abandonar. A definição deste quadro será determinante para o resultado final das eleições e para a evolução do quadro político francês. Caso Fillon abandone, o espaço gaullista poderá contar com um novo candidato que ainda tenha tempo para passar à segunda-volta contra a provável Marine Le Pen. Alain Juppé, o segundo candidato mais votado nas primárias e com melhor grau de aceitação no eleitorado centrista, não exclui liminarmente uma candidatura e teria hipóteses de passar à segunda-volta.
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François Fillon. Photo by Andrew Newton / CC BY-SA 2.0
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