O Plano Americano para a Paz no Médio Oriente
O plano de paz americano para o Médio Oriente, apresentado ao público algumas semanas atrás, é uma contribuição completamente nova para a teoria da negociação e o papel aperfeiçoado do chamado mediador ou “intermediário”. Desde a resolução da Assembleia Geral da ONU de 29 de novembro de 1948, que foi o primeiro plano de paz para a questão israelo-palestiniana, muitos planos foram apresentados pelos principais mediadores e nenhum dos quais foi totalmente implementado. A verdadeira paz entre israelitas e palestinianos nunca foi estabelecida e a contínua violência foi apenas pontuada por períodos de calma.
O novo plano de paz, preparado pelos assessores do presidente Donald Trump, é um exemplo de documento de diferentes camadas com vários objetivos paralelos. Esses objetivos vão além do propósito óbvio de estabelecer a paz entre israelitas e palestinianos. Se os palestinianos aceitassem o plano, o foco principal seria, naturalmente, a sua implementação, independentemente do significado duplo ou triplo do documento. A questão é, portanto: os autores do plano previram que os palestinianos, que não foram consultados na sua formulação, rejeitariam o plano? Certamente que sim.
O plano abrange plenamente as preocupações de segurança de Israel e coloca o destino das relações entre israelitas e palestinianos exclusivamente nas mãos de Israel, apesar dos interesses e objeções do lado palestiniano. Os assentamentos judeus na Cisjordânia e no vale do Jordão não seriam mais vistos internacionalmente como estando em território ocupado ou possivelmente demolidos, mas sim como anexados por Israel. Jerusalém seria a capital do país. Os palestinianos poderiam teoricamente receber um Estado com base num mapa proposto após um período de quatro anos e se cumprirem determinadas condições. Eles também poderiam designar a sua própria capital nos arredores de Jerusalém Oriental, em Abu Dis.
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