Review | Leituras do Mundo com Aurora Almada Santos

“Leituras do Mundo” é um espaço de tertúlia sobre relações internacionais, partindo da apresentação de uma obra recente. Este evento, iniciado no passado mês de fevereiro, resulta de uma parceria entre o CEI- IUL e a Biblioteca do ISCTE.

“A organização das Nações Unidas e a questão colonial portuguesa” foi a obra apresentada no passado dia 11 de abril de 2018, pela autora Aurora Almada e Santos, pertencente ao Instituto de História Contemporânea, da Universidade Nova de Lisboa. À apresentação da obra seguiu-se uma conversa moderada por Luís Nuno Rodrigues, diretor do CEI-IUL.

O referido livro vem na sequência da tese de doutoramento da autora, tendo sofrido algumas alterações. É, no entanto, de referir que é um projeto inovador pela temática abordada, Portugal e a política externa portuguesa, mais necessariamente a política colonial, entre 1961 e 1974. Neste período, o grande objetivo do Estado Novo era a resistência à descolonização e, desta forma, a Organização das Nações Unidas tornou-se o palco privilegiado do combate internacional e das críticas à atuação portuguesa.

Foi nos debates na ONU, durante o lapso temporal do final do Estado Novo, que se consolidou, também, o significado de autodeterminação ou independência. A ONU foi dando passos na consolidação da ideia de autodeterminação através de debates, de avanços e retrocessos. Ideias anteriores, como a falta de recursos ou de preparação de um país, já não podiam constituir um impedimento para a independência de um território.

O período central desta obra inicia-se nos anos 60. Esta encontra-se dividida em cinco fases; entre 1961 e 1962, entre 1962 e 1964, entre 1965 e 1967, entre 1968 e 1970 e entre 1971 e 1974. Durante os períodos de tempo referidos, as resoluções oriundas dos debates da ONU não foram similares, houve períodos em que as resoluções eram mais agressivas e outros em que as resoluções primavam pela moderação, tendo um maior número de países a votar contra Portugal.

As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.

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