Um ano com Trump
Muitas vezes criticado (sobretudo a partir do exterior), o sistema político norte-americano reagiu e demonstrou que tem instrumentos para prevenir abusos de poder.
A chegada de Donald Trump ao poder e a campanha eleitoral precedente constituíram uma ruptura clara com os crescentes critérios de escrutínio que marcaram a política dos Estados Unidos das últimas décadas. A comunicação social abriu uma caixa de Pandora quando passou a tratar o candidato republicano como uma figura de entretenimento para subir as audiências e não como um político comum. Pouco a pouco, a coerência transformou-se num pormenor e a opacidade nas finanças pessoais tolerada. Uma pequena parte dos escândalos que afectaram, primeiro, o candidato e, depois, o presidente, teriam sido suficientes para derrubar vários políticos: ligações com os serviços de informações russos, pressões sobre o director do FBI e promiscuidade entre os negócios privados familiares e o cargo público desempenhado. Se tivermos em conta que, por muito menos, Bill Clinton se viu a braços com um processo de destituição, teremos noção da imunidade que parece rodear Trump.
Em termos substantivos, o programa do presidente assenta em algumas ideias pré-concebidas, pouco fundamentadas e (felizmente) difíceis de implementar. Muitas vezes criticado (sobretudo a partir do exterior), o sistema político norte-americano reagiu e demonstrou que tem instrumentos para prevenir abusos de poder. Medidas prioritárias como o veto migratório foram suspensas por tribunais. A própria reversão do Obamacare, uma das propostas estrela do programa Trump, tem sido sistematicamente bloqueada fruto dos desencontros entre a heterogénea base republicana do Congresso.
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