22 NOV | Pensar África: Sair da Guiné Bissau à boleia do futebol
No dia 22 de Novembro, o CEI-IUL organiza mais uma sessão do ciclo de conferências Pensar África. A sessão deste mês conta com o convidado José Ceitil que nos traz a comunicação “Sair da Guiné Bissau à boleia do futebol: a migração de jovens guineenses para Portugal e a sua inserção no país de acolhimento(1998-2015)”.
A sessão decorre pelas 18h, na sala B2.02 (Ed. II, ISCTE-IUL), com entrada livre.
Resumo
A significativa migração para Portugal de jovens futebolistas da Guiné Bissau entre 1998 e 2015, com vista a serem profissionais de futebol, é o estudo de caso desta dissertação.
A investigação qualitativa é feita através de entrevistas semi-directas gravadas, análise de discurso, pesquisa bibliográfica, revisão da literatura e observação participante assistemática, e será organizada em torno de duas hipóteses: 1) A agência individual é a principal razão da migração dos jovens futebolistas; 2) A existência de um certo paternalismo sobre estes, sobretudo os negros, por parte de agentes e empresários desportivos, dirigentes de clubes, jornalistas e, de um modo geral, pela sociedade portuguesa, leva a um tratamento de menoridade e desconsideração, podendo admitir-se que existe uma visão racista subjacente a esta subalternização.
A teoria da acção de Pierre Bourdieu, enquadra a análise ao modo como as estruturas incorporadas do habitus nos agentes se relacionam com as estruturas objectivas do campo social, neste caso o microcosmos futebolístico onde actuam. O campo de análise começa por centrar-se na Guiné Bissau, por ser actualmente o país de origem da grande maioria dos migrantes e continua em Portugal, país de destino de quase todos eles.
A questão da migração de futebolistas no tempo colonial está reflectida resumidamente no Estado da Arte e de forma mais desenvolvida no capítulo dedicado a Moçambique. Para além de identificar as causas da saída da Guiné Bissau destes jovens, pretende-se sinalizar as maiores dificuldades sentidas quando decidiram partir, mapear a inserção no mercado laboral futebolístico português, analisar as dificuldades encontradas na sociedade do país de acolhimento e ao mesmo tempo aferir sobre práticas de racismo em Portugal.
As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.
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