“Alívio sério consistiria em anulação da dívida africana”

O apagar da dívida – em muitos casos contraída por governos de roubo sistémico – e a sua transformação em investimento é uma das condição básicas para desconfinar África, há muito tempo confinada no baixo desenvolvimento.

A decisão do G-20 em aprovar uma moratória sobre serviço da dívida para 77 países de baixo desenvolvimento, ainda não tem todos os detalhes esclarecidos. Dos países africanos abrangidos, o montante a pagar este ano seria da ordem dos 44 mil milhões de dólares, havendo indicações de moratória efetiva num montante bastante menor. Ainda assim é alívio considerável no curto prazo, num momento em que a economia mundial é concebida no curtíssimo prazo. Verbas importantes dos orçamentos africanos, destinadas ao pagamento de juros, poderão ser redirecionadas.

Nas condições atuais, em grande parte dos debates africanos sobre a matéria, a perspectiva é de tratar-se de um primeiro passo de urgência, suscetível de ampliação posterior. Na verdade, alívio sério consistiria em anulação da dívida africana (no total ou em larga percentagem) transformando-a em investimentos que aproximem o continente dos escalões médios ou altos de desenvolvimento. Se for no total, estamos a falar em 356 mil milhões de dólares (representando a China cerca de 40%).

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Foto de Alpari Org / CC BY 2.0

As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.

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Jonuel Gonçalves

Guest researcher at CEI-IUL. PhD on Water Resources Economy in Southern Africa and South America (UFRRJ). Post-doctoral researcher and Professor at the Strategic Studies Institute of the Universidade Federal Fluminense.

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