Angola e Israel: Possível transferência de embaixada para Jerusalém?
O embaixador israelita em Angola acredita que o Governo angolano possa decidir pela transferência da sua embaixada de Telavive para Jerusalém. Mas para o professor Eugénio Almeida, isto não seria “viável”.
O embaixador de Israel em Angola afirmou esta semana, numa entrevista à agência de notícias Lusa, que acredita que o Governo angolano poderá transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém, tal como os Estados Unidos, a Guatemala e o Paraguai já o fizeram.
Para Oren Rozenbat, a boa relação entre israelitas e angolanos poderia favorecer esta alteração. “Nós cremos que a embaixada de Angola em Israel também vai mudar para Jerusalém, porque é a nossa capital. Se por exemplo Israel decide que a nossa embaixada em Angola vai mudar para o Lubango [sul de Angola] isso é uma loucura, porque todo o Governo de Angola está em Luanda”, disse o embaixador à Lusa.
Entretanto, a DW África conversou com o analista político angolano Eugénio Almeida, para quem a transferência não seria “viável”. Segundo o investigador do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, em Portugal, esta alteração não trará “vantagens enquanto a situação não for devidamente analisada e ponderada” pelo Governo de Angola.
DW África: Como é a relação de Angola com Israel e a Palestina?
Eugénio Almeida (EA): Eu creio que é um pouco difícil diferenciar claramente as relações entre angolanos e israelitas, e angolanos palestinianos, porque há uma evolução política. Por exemplo, em termos de “solidariedade de povos”, é evidente que os angolanos continuam a estar muito próximos dos palestinianos. Mas em termos económicos, Angola está claramente do lado israelita, como se tem verificado com os apoios que Israel nos tem dado a nós, nomeadamente a nível da agricultura, da fruticultura, a nível mesmo hídricos. Portanto, nesse aspeto os interesses são esses.
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As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.
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