Caso Skripal: O “não alinhamento acrítico” de Portugal
O investigador do Centro de Estudos Internacionais (CEI-IUL), Filipe Vasconcelos Romão, foi convidado da RTP 1 para comentar a posição de Portugal no caso Skripal, que tem levado à expulsão de vários diplomatas russos nos Estados Unidos da América e em alguns países da Europa. Estas expulsões surgem depois de, no início do mês de Março, Sergei Skripal (antigo espião russo) e a sua filha terem sido mortos com um agente neurotóxico num centro comercial do Reino Unido.
Para Filipe Vasconcelos Romão, esta onda de expulsões (a maior no período posterior à Guerra Fria) “deve esperar uma resposta por parte da Rússia”. “É claro o braço-de-ferro que existe entre a Rússia e o Ocidente”, mas é preciso ter em consideração que estes acontecimentos são “convenientes para a administração norte-americana”, tirando protagonismo à investigação da influência russa nas eleições presidenciais de 2016. O caso Skripal está também a retirar pressão do Reino Unido sobre a questão do Brexit, aliviando o contexto das negociações para a saída da União Europeia e colocando a maioria dos Estados-membros em sintonia.
Para o investigador do CEI-IUL, a chamada do embaixador português na Rússia para consultas é uma estratégia simbólica e que este caso não passará do panorama diplomático, uma vez que medidas mais severas contra a Rússia implicariam o fornecimento de energia à Europa Ocidental e o Mundial de Futebol, a ser disputado já em Junho.
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Theresa May and Vladimir Putin. Photo by The Kremlin /Public domain
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