“O novo governo israelita acaba de passar no primeiro exame no parlamento de Israel, por apenas um voto.”
O novo governo israelita acaba de passar no primeiro exame no parlamento de Israel, por apenas um voto. É empossado com apenas 60 votos contra 59 (com uma abstenção), mas foi o suficiente para destituir o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e enviá-lo para a oposição. É importante saber que os oito partidos que juntos conseguem formar o novo governo têm um total de 61 membros no Knesset e que um deles (árabe israelita) já não votou a favor. O que isso significa ficará claro muito em breve, quando o governo começar a lidar com os problemas quotidianos de todos os cidadãos israelitas.
A nova coligação no poder tem todos os tipos de ideologias, totalmente diferentes, que vão da extrema-direita à extrema-esquerda e ainda por cima um partido árabe israelita, que é um caso único na história política de Israel. Eles conseguiram unir-se, concordando apenas numa coisa: tirar Benjamin Netanyahu do poder. Tudo o mais tornou-se menos importante no momento, incluindo as anteriores declarações de extrema-direita sobre a anexação da Cisjordânia do novo primeiro-ministro Naftali Bennett, que, a propósito, tem apenas seis membros no Knesset. Foi nomeado primeiro-ministro por dois anos, depois dos quais será substituído por Yair Lapid, atual ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do maior partido da coligação (17 membros do Knesset), o Yesh Atid (Há um Futuro, em português).
É importante entender que a estabilidade do governo foi criada em cima da vontade de metade do Knesset em substituir Netanyahu e isso é tudo no que ao entendimento diz respeito. Assim, qualquer partido entre os oito que formam o governo, terá um espaço extremamente pequeno para implementar a sua política com base na ideologia partidária se não quiser voltar a eleições. Este é o facto que pode mantê-los juntos, mas a principal questão é por quanto tempo. Outro problema é que um partido árabe israelita, a Lista Árabe Unida, liderado por Mansour Abbas, que vai fazer parte do novo governo, já é criticado por outros grupos políticos árabes israelitas. Quando se compara as ideias do primeiro-ministro Naftali Bennett sobre, por exemplo, o futuro dos colonatos judeus na Cisjordânia e a posição do partido da Lista Árabe Unida, sem falar do partido de esquerda israelita Meretz, que também está no governo, é muito difícil imaginar como o governo vai funcionar.
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