Mapa Ideológico do Nacionalismo Português Contemporâneo
Na polémica com Jaime Nogueira Pinto, a comunicação social pôs toda a extrema-direita “no mesmo saco”. Na verdade, é possível caracterizar pelo menos quatro tendências do nacionalismo contemporâneo português.
O affair Jaime Nogueira Pinto – Universidade Nova envolveu vários sujeitos nacionalistas: a Nova Portugalidade (NP), organizadora do evento de 7 de Março, os identitários que, no próprio dia, contestaram a Associação Académica na FCSH, o Partido Nacional Renovador (PNR), que convocou uma manifestação à porta da Universidade para 21 de Março.
Na polémica, a comunicação social e as redes sociais demonstraram alguma dificuldade compreensível em diferenciar grupos nas margens da arena político-cultural portuguesa e acabaram por encaixá-los numa extrema-direita ideológica e organizativamente homogénea.
Esta homogeneidade não existe e é possível caracterizar pelo menos quatro tendências do nacionalismo contemporâneo português, em particular no que diz respeito ao conceito de identidade nacional.
A primeira tendência é o nacionalismo de Portugal universal, inscrito na tradição imperial pré-Estado Novo. Na década de 80, essa tendência consubstanciou-se na Nova Monarquia e reaparece, hoje, na NP. Essa reconhece o regime deposto como derradeiro defensor do projeto pluricontinental, mas assume, também, as críticas ao colonialismo vindas de alguns intelectuais monárquicos dos anos 60. Vê Portugal como uma comunidade de destino, cimentada pela língua, cultura e história, perfeitamente compatível com a pluralidade geográfica, étnica e religiosa do espaço lusófono. Não procura a refundação do Império, mas a centralidade do espaço lusófono, facilitando, por exemplo, a obtenção da nacionalidade portuguesa aos que o compõem.
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May 28, 1926. Military parade. Photo by Joshua Benoliel / Public domain
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