MEDIA | Entrevista sobre a Guerra na Ucrânia: “preço pela defesa da liberdade”

O subdiretor e investigador, Bruno Cardoso Reis, foi entrevistado pela Bárbara Gouveia (SAPO) a propósito da Guerra na Ucrânia.

“Além do preço muito alto a pagar, o investigador aponta ao SAPO algumas das hipóteses que se levantam com esta guerra, desde a possibilidade de virmos todos a aprender algum treino militar básico, como já acontece na Finlândia ou Suíça, à forma como a NATO e União Europeia se têm posicionado.

Numa época em que estamos habituados a outro tipo de exigências nos Orçamentos de Estado, em que lugar fica agora o investimento em defesa e a nossa capacidade enquanto civis de nos armarmos e lutarmos pela nossa liberdade?

Qual o impacto que a Guerra na Ucrânia tem tido nos portugueses?

Os europeus não estão habituados à guerra nesta escala, que não vivíamos no nosso continente desde 1945. E o impacto vai ser grande. Portugal permaneceu neutro durante a Segunda Guerra Mundial, mas não deixou de sofrer com a forte subida dos preços e até a escassez de alguns produtos e alimentos por causa da guerra económica global.

A história não se repete, mas estamos novamente numa guerra económica com impacto global e já estamos a ver uma forte subida dos preços, por exemplo, da energia e dos alimentos. Temos de estar dispostos a pagar um preço pela defesa da liberdade. Deixar esta invasão passar sem a Rússia de Putin pagar um preço muito elevado seria não só errado face aos nossos valores, mas também um perigoso encorajamento a novas agressões armadas deste tipo.

Mas é fundamental, e tem de ser feito ao nível da União Europeia para ter mais eficácia, que rapidamente se desenvolva uma resposta em grande escala para atenuar os piores efeitos para nós desta guerra económica, que pode ser prolongada. As guerras são caras, e na Segunda Guerra Mundial os principais Estados tiveram de recorrer muito a dívida de guerra. A UE fez isso para responder à pandemia, devia fazer isso para responder a esta guerra. É claro que o tempo não abunda e não se ganha esta guerra económica com a falência de empresas na Europa.”

Excerto retirado do site da SAPO, ver o resto da entrevista aqui.

 

As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.
Foto de Dimitar DILKOFF/AFP via SAPO
 

 

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