O líder populista

Qualquer líder populista, além de muitas características específicas, gostaria de provar diariamente ao seu povo que tem algumas capacidades especiais para resolver todos os seus problemas. Como isso não pode ser verdade e também não é lógico, essa é uma das características mais perigosas desse tipo de líder, porque, mais cedo ou mais tarde, colidirá com a sua própria incapacidade de saber tudo, independentemente da robustez da sua popularidade.

As consequências deverão ser pagas por quem elegeu o líder. Essa é a inevitabilidade, mas é questionável que eles entendam a verdadeira razão da sua própria queda. O papel dos meios de comunicação no mundo moderno é muito forte e a exposição diária dos eleitores à informação falsa torna-se uma arma muito poderosa, e é uma arma que está disponível para o líder populista. Além disso, se ele puder impedir qualquer voz que venha do outro lado da cena política, o seu campo de atividades aumenta drasticamente e a autoconfiança chegará a níveis que só poderiam ser encontrados em criaturas não naturais.

Uma das regras básicas da sociedade, a de que é possível gastar-se tudo o que se tem, não existe na cabeça dos populistas, porque eles já provaram que podem fazer mais do que alguma vez esperaram. Independentemente do facto de a eternidade não existir em política, eles parecem acreditar no contrário, assim comportam-se de acordo com isso. Um dos exemplos mais óbvios do comportamento irracional desse tipo de líder é o de aumentar o seu próprio papel em tudo o que acontece ao seu redor, adicionando elementos pessoais a tudo o que puder. Esse tipo de comportamento pode ser facilmente percebido nas relações internacionais e na diplomacia, as quais, em circunstâncias normais, trazem consigo certos elementos da mística, do sigilo e da vida acima da realidade.

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Mirko Stefanovic

Reseacher at CEI-IUL. Associate Professor at Law School of University NOVA in Lisbon. A Lawyer by education, he served as State Secretary and General Secretary at the Ministry of Foreign Affairs of Serbia. Between 1992 and 2001 he was Ambassador of Yugoslavia in Israel and between 2011 and 2015 he was Ambassador of Serbia in Portugal.

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