Óbito/Dhlakama: Morte “pode fragilizar” processo democrático moçambicano
O investigador [do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL] italiano Luca Bussotti considerou hoje que a morte do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, “pode fragilizar” o processo democrático em Moçambique, que já tem vindo a enfrentar “vários problemas” nos últimos anos.
Em declarações à agência Lusa, o investigador do ISCTE referiu que o processo democrático em Moçambique tem sido afetado por várias situações como a transição do Governo de Armado Guebuza ou as eleições de 2014 em que “houve sérios problemas em termos de credibilidade e transparência”.
Além disso, com a descoberta da dívida oculta de mais de 2 mil milhões de dólares “o país ficou ainda mais fragilizado” e em termos de liberdade de imprensa “o país caiu nos ‘rankings’ internacionais, devido a mortes e torturas de jornalistas”, referiu, considerando que a morte do líder da oposição “fragiliza ainda mais” a situação democrática de Moçambique, que já “é extremamente preocupante”.
Mas, considerou o académico, que vive atualmente em Moçambique, a morte de Dhlakama fragiliza sobretudo a Renamo “porque não existe uma figura que o substitua de imediato”.
Questionado sobre se a morte do líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) pode significar um revés nas negociações de paz com o Governo, Luca Bussotti considera que “pode até acelerar o processo porque a Renamo quer desencadear a sua campanha eleitoral sem grandes constrangimentos”
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As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador. Photo by Leandro Neumann Ciuffo / CC BY 2.0
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