This Week in the News (May 13, 2017)
A vitória de Emmanuel Macron
A semana começou com um respirar de alívio: Macron saiu vencedor da segunda volta das eleições presidenciais em França, derrotando expressivamente a candidata de extrema-direita, Marine Le Pen. Apesar de ser um resultado positivo, não deixou de logo levantar algumas hesitações. Na verdade, como o enviado do Die Zeit a França deixou bem claro, muitos dos votos em Macron justificaram-se com o facto de este representar “o mal menor”… na verdade, se o discurso europeísta de Emmanuel Macron poderá ter sido determinante na vitória, a verdade é que não é – nem poderá ser, na opinião do diplomata espanhol Carles Casajuana – motivo para baixar os braços na UE. A França mergulhou já na preparação das eleições legislativas e as dificuldades entre Macron e a restante constelação política francesa não tardam em fazer-se sentir. De salientar ainda acerca das eleições francesas, a opinião de Timothy Garton Ash, que reflecte claramente as reticências com que a vitória de Macron poderá ser encarada.
9 de Maio ainda é o Dia da Europa
Logo no rescaldo da eleição de Macron, celebrou-se por toda a Europa mais um Dia da Europa (9 de Maio). Apesar de várias notas na imprensa europeia e norte-americana, que mencionaram esta efeméride, a verdade é que foram poucas as reflexões acerca do tema. Será esse um dos principais sinais do distanciamento da UE em relação ao que simbolizou, há 67 anos atrás, a Declaração de Robert Schuman? O mural de Banksy, desvendado esta semana em Douvres, Grã-Bretanha, demonstra uma UE a desmembrar-se, remetendo diretamente para o Brexit e todos os desafios inerentes para as instituições europeias.
As forças armadas alemãs e as futuras eleições
Um escândalo está a abalar profundamente as forças armadas alemãs: a descoberta de uma série de memorabilia nacional-socialista entre elementos do exército alemão, na sequência da investigação a Franco A. Este alemão (juntamente com outro entretanto identificado) está sob investigação por ter planeado um atentado, depois de se ter registado falsamente como refugiado. O escândalo está a fazer ressurgir o debate da presença de elementos de extrema-direita nas forças armadas alemãs e a relativa impunidade com que conseguem manter-se no ativo.
Mas não são só estas notícias que trazem a Alemanha para o balanço informativo da semana. A proximidade das eleições em alguns lander fundamentais, e tendo sempre presente o rescaldo das eleições francesas, são o foco de alguns textos incontornáveis. O francês Le Monde salienta sobretudo o impacto que as eleições da Renânia poderão ter na candidatura de Martin Schultz a chanceler federal pelo SPD, depois de um resultado menos positivo nas eleições do Schleswig-Holstein de dia 8 de Maio. Aliás, o próprio Schultz veio a público colocar grande pressão sobre o resultado eleitoral deste domingo, dia 13, afirmando que o vencedor na Renânia será o vencedor das eleições legislativas de Setembro. Por seu lado, o Spiegel, na edição internacional, reflete sobre o momento descendente da extrema direita alemã, o movimento Allianz für Deutschland, sobretudo depois das eleições do Schleswig-Holstein.
Trump, o Director do FBI e Moscovo
Do outro lado do Atlântico, o problema continua a ser a ligação de Donald Trump à Rússia. A meio da semana, a notícia do despedimento do diretor do FBI, James Comey, apanhou toda a gente de surpresa. Os contornos do despedimento fizeram logo levantar algumas suspeitas de um episódio próximo de Watergate, o escândalo de meados da década de 1970 que levou ao afastamento de Richard Nixon. Igualmente, a associação do impeachment à investigação em curso sobre as ligações de Trump à Rússia tornou o assunto ainda mais complexo. As mais recentes declarações do Presidente norte-americano sobre o tema não ajudaram a esclarecer a situação. Aliás, a investigação das ligações entre Trump e Moscovo irá continuar, conforme afirmou o chefe interino do FBI. A recepção do ministro russo dos Negócios Estrangeiros na sala oval, alguns dias depois da demissão de Comey, não deixa de acentuar a proximidade entre Rússia e EUA com contornos, no mínimo, insondáveis…
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