2018, Parte 1

À chegada de 2018, fica o primeiro de dois artigos com alguns tópicos sobre política internacional que poderão dar que falar nos próximos 12 meses.

Formação do Governo alemão

Com o SPD a tentar fugir ao “abraço de urso” democrata-cristão da CDU/CSU, Angela Merkel foi confrontada com a crua realidade de uma aritmética parlamentar que teima em dificultar a formação de Governo. A entrada da extrema-direita no Bundestag bloqueou as alternativas e os sociais-democratas, perante uma opinião pública alemã pouco dada a instabilidade política, poderão sentir-se pressionados a manter o apoio a Merkel através de um acordo de incidência parlamentar. Pelo caminho, a liderança que Berlim vinha exercendo na União Europeia ficou enfraquecida, abrindo espaço a um reforço da dinâmica supranacional que poderá vir a confirmar-se em 2018.

Eleições italianas

O ano que agora termina foi marcado pelo alívio produzido pela derrota da Frente Nacional em França, pelo desaparecimento do UKIP da política britânica e pela “meia-derrota” da extrema-direita na Holanda. Na frente eleitoral europeia, as atenções estão agora concentradas nas eleições legislativas italianas de 4 de Março. Depois de mais de três anos a liderar as sondagens, o Partido Democrático parece ter entrado em quebra em boa medida pela errática liderança do egocêntrico Mateo Renzi. Perante uma direita que volta a apostar na incombustibilidade de Silvio Berlusconi, o Movimento 5 Estrelas (formação sem outra ideologia que não a contestação ao “sistema”) emerge como única alternativa aos democratas.

Donald Trump

O primeiro ano de mandato confirmou as piores expectativas em relação ao presidente norte-americano. A liderança dos Estados Unidos na vertente externa ficou comprometida por alguém que não é levado a sério pelos seus congéneres e que transmite uma imagem pouco fiável da principal potência mundial. Em termos internos, Trump testou os limites do sistema de freios e contra-pesos e viu algumas das suas principais medidas suspensas por tribunais ou adiadas por desentendimentos entre a maioria republicana. As atenções, em 2018, irão centrar-se no seu grande calcanhar de Aquiles: a investigação em curso sobre a eventual ingerência russa na campanha que o levou à presidência.

Leia o artigo completo no site do jornal ECO.

Donald Trump visits Hawaii. Photo by Shealah Craighead / Public domain

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Filipe Vasconcelos Romão

Associate Researcher at CEI-IUL. PhD in IR (Univ. Coimbra). Advanced Studies Diploma in International Politics and Conflict Resolution (Univ. Coimbra). Guest Professor at ISCTE-IUL. Professor at UAL. President of the Portugal - South Atlantic Commerce Chamber.

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