Dhlakama: Processo de paz sem retrocesso, mas Renamo sofre “grande revés”
O investigador Fernando Jorge Cardoso afastou hoje um retrocesso nas negociações de paz em Moçambique após a morte do líder da oposição, mas considerou que a morte de Afonso Dhlakama é “um revés” para a Renamo, sem sucessor natural.
“O processo que Afonso Dhlakama iniciou com o atual Presidente de Moçambique e da Frelimo, Filipe Nyusi, está suficientemente consolidado para que o machado de guerra seja enterrado de vez”, considerou hoje, em declarações à Lusa, o especialista em estudos africanos do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL, coordenador de estudos estratégicos da organização não-governamental Instituto Marquês de Valle Flôr e diretor-executivo do Clube de Lisboa.
O professor recordou que “está tudo acertado para a integração definitiva dos últimos homens do Dhlakama em serviços públicos e nas forças de defesa e de segurança, e a modificação das leis eleitorais também está acordada”.
“Julgo que não vai haver um voltar atrás relativamente a isto”, sustentou, assinalando que isso não interessaria “aos membros, principalmente à parte civil, da Renamo”, nem ao Governo moçambicano, “que está dependente deste sinal importante para conseguir uma maior boa-vontade dos credores internacionais, que estão à perna com as consequências da dívida escondida moçambicana”.
Fernando Jorge Cardoso admite um “ligeiro atraso” neste processo, que não ficará contudo em causa.
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