Trajetórias do empresariado angolano

Nas elites de vários países africanos há a convicção de que, fora do poder estatal, não há possibilidade de influência nem de bem-estar e muito menos de riqueza. Muitas guerras tiveram essa convicção como um dos grandes motivos, sendo Angola um exemplo.

Os efeitos dos primeiros anos de independência de Angola foram devastadores, sob ação conjugada do abandono das empresas coloniais, a estatização generalizada e a eclosão de nova guerra.

O resultado foi a escassez de bens essenciais e a total perda de valor da moeda. Inevitavelmente tiveram início dois processos: o mercado informal de produtos e moeda estrangeira e a corrupção. Neste caso ainda de baixos montantes, mas muito generalizada na obtenção de pequenos privilégios.

O mercado informal, em grande medida conduzido por quitandeiras em bases de sobrevivência, foi combatido – inclusive com a queima dos seus locais de venda pública, sob acusado de ser veículo para constituição de uma burguesia nacional. Atitude tradutora dos preconceitos ideológicos, ruiu bruscamente com a preparação dos acordos de Bicesse e a liberalização dos preços, que se alinharam pelos do informal.

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As opiniões expressas neste texto representam unicamente o ponto de vista do autor e não vinculam o Centro de Estudos Internacionais, a sua direcção ou qualquer outro investigador.

Isabel dos Santos / foto de Nuno Coimbra / CC BY-SA 4.0

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Jonuel Gonçalves

Guest researcher at CEI-IUL. PhD on Water Resources Economy in Southern Africa and South America (UFRRJ). Post-doctoral researcher and Professor at the Strategic Studies Institute of the Universidade Federal Fluminense.

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